
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que os eventos de 8 de janeiro de 2023 não podem ser classificados como uma tentativa de golpe de Estado, argumentando que para haver um golpe é necessário um líder e o apoio de instituições. Em entrevista à rádio Arapuan FM, Motta descreveu os participantes da invasão aos Três Poderes como “vândalos e baderneiros” que queriam demonstrar revolta.
“O que aconteceu não pode ser admitido que aconteça novamente. Foi uma agressão às instituições. Foi uma agressão inimaginável, ninguém imaginava que aquilo pudesse acontecer. Agora, querer dizer que foi um golpe? Um golpe tem que ter um líder, tem que ter uma pessoa estimulando, apoio de outras instituições interessadas e não teve isso”, afirmou o parlamentar.
Motta destacou que a insatisfação com o resultado das eleições motivou os atos, mas defendeu que o diálogo sobre as punições precisa ser equilibrado. O deputado considerou que há um “certo desequilíbrio” nas condenações, citando o caso de uma mulher que, segundo ele, “passou na frente do palácio, não jogou uma pedra e recebeu 17 anos de pena em regime fechado”.
- “Depende da competitividade”: Hugo Motta diz que Republicanos e outros partidos aliados podem ocupar mais de uma vaga na chapa majoritária em 2026
- + Conjectura: Para Hugo Motta, Adriano contempla Republicanos na formação da chapa majoritária de 2026
- + Articulação Política: Zezé reafirma parceria com Hugo Motta, debate liberação de recursos e avalia possibilidade de candidatura em 2026
Discussão sobre anistia
O presidente da Câmara também comentou sobre a possibilidade de pautar o projeto de lei que prevê a anistia para os condenados pelos atos do 8 de janeiro. Ele afirmou que ainda não tomou uma decisão sobre o tema e ressaltou que a questão divide a Câmara e pode gerar tensão entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
Segundo Motta, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou que a proposta fosse apreciada pelo plenário da Casa, enquanto a base do PT defende que a pauta não seja votada, por considerá-la um “retrocesso”.
“Essa pauta divide a casa e gera tensionamento com o Executivo e com o Judiciário, por isso nosso cuidado para falar sobre o tema. Eu não posso dizer que vou pautar semana que vem ou que não vou pautar. Será um tema que vamos analisar porque o diálogo tem que ser constante”, concluiu.
A discussão sobre os desdobramentos do 8 de janeiro segue como um dos temas centrais no Congresso Nacional, com setores políticos defendendo punição rigorosa para os envolvidos e outros argumentando pela revisão de penas e eventual anistia para determinados casos.