Após ser procurado pelo deputado estadual Júnior Araújo (PSB) com o pedido de uma carta de anuência partidária, o presidente estadual do PSB, Gervásio Maia, teria consultado o governador João Azevêdo, maior liderança do partido no Estado, para analisar o pleito do parlamentar. Segundo informações obtidas nesta quinta-feira (22), com exclusividade pelo PODER PARAÍBA, a resposta foi negativa quanto à deliberação do documento.
O argumento principal utilizado pelo governador teria sido o da isonomia. Ou seja, se ele fizesse isso para Júnior teria que fazer para todos os demais deputados e vereadores do partido, atualmente e depois de eleitos. Uma exceção altamente perigosa em se tratando do maior partido do estado. Mas pesou também, segundo a fonte, o histórico recente de Júnior Araújo e seu grupo político em Cajazeiras.
Mesmo filiado e reeleito pelo PSB, Júnior Araújo teria fechado acordo para apoiar o então candidato a governador Pedro Cunha Lima (PSDB), no segundo turno das eleições de 2022. Na época, uma entrevista coletiva chegou a ser marcada para anunciar a adesão, mas houve o recuo do deputado após o Republicanos decidir manter a aliança com João.
O que corroborou ainda mais com essa versão foi a surpreeendente decisão do PSDB em anunciar o apoio a Chico Mendes, tirando o partido das mãos de Júnior e Zé Aldemir em Cajazeiras. O aval foi do próprio líder Cássio Cunha Lima, opositor declarado do PSB do governador, mas extremamente magoado com o acerto descumprido de última hora de Júnior para apoiar seu filho no segundo turno nas últimas eleições.
Outro fato que chama a atenção é que Júnior Araújo não procurou em nenhum momento o governador João Azevêdo para debater a possibilidade de ingressar na disputa político-eleitoral no município de Cajazeiras. Por conta própria, ele anunciou adesão ao grupo do prefeito Zé Aldemir (PP), em um movimento contrário às pretensões do próprio PSB, que referendou à pré-candidatura do líder do Governo na ALPB, Chico Mendes, à prefeitura da cidade sertaneja.
O QUE ESTÁ POR TRÁS
Com a desistência do secretário Neguinho do Mondrian de disputar à prefeitura de Cajazeiras, Júnior Araújo busca se consolidar como nome do grupo do prefeito Zé Aldemir para concorrer à sucessão municipal. No entanto, o entrave partidário e o risco de perder o mandato de deputado estadual por infidelidade partidária bloqueiam as suas pretensões.
A carta de anuência pretendida por Júnior Araújo, é um documento cedido pelos partidos para autorizar que membros deixem de ser filiados e procurem outras legendas. O instrumento permite que o membro com mandato não seja enquadrado no ato de infidelidade partidária, previsto pelo Tribunal Superior Eleitoral como passível de punição.
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