O advogado João Lopes de Sousa Neto é um dos alvos de prisão da Operação Festa no Terreiro 2 - Foto: Reprodução

O advogado João Lopes de Sousa Neto, alvo de mandado de prisão no âmbito da operação “Festa no Terreiro 2”, se apresentou na Delegacia da Polícia Federal (PF), no município de Patos, nesta quinta-feira (17). Ele estava foragido desde a última terça-feira (15), quando a PF e o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), deflagraram a ação para combater esquema de direcionamento de licitações, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.

João Lopes de Sousa Neto era o presidente da Comissão de Licitação do município de São Mamede e procurador-geral da Câmara Municipal de São Mamede, mas foi demitido do cargo na quarta-feira (16). Ele é um dos suspeitos de desviar verbas através de processos licitatórios e contratos do município localizado no Sertão paraibano.

Durante a Operação “Festa no Terreiro 2” foram presos o prefeito de São Mamede, Umberto Jefferson (União Brasil), além de Josivan Gomes Marques, um dos braços direitos do gestor; e o empreiteiro Maxwell Brian Soares de Lacerda. João Lopes de Sousa Neto era o quarto alvo, mas se encontrava foragido até então.

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Segundo informações de fontes do Poder Paraíba, o advogado seria parente do prefeito em exercício de São Mamede, Chaguinha Lopes, que assumiu o mandato após a prisão do titular Umberto Jefferson.

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FRAUDE

O desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) Márcio Murilo da Cunha Ramos decretou a prisão preventiva de quatro acusados neste caso, além de busca e apreensão em duas empresas e na sede da Prefeitura de São Mamede.

O Ministério Público da Paraíba (MPPB), através do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), e a Polícia Federal (PF) acusam o procurador-geral de fraudar processos licitatórios, sendo peça fundamental na organização criminosa encabeçada pelo prefeito Umberto e Josivan Gomes Marques, um dos braços direitos do gestor.

Em uma de suas atuações, João Lopes assinou uma licitação de R$ 10.104.129,88, sendo que o valor original era de R$ 8.357.151,13. O aumento de R$ 1.746.978,75 pode ter sido parte dos R$ 2.659.389,78 que Josivan Gomes recebeu através da empresa NV Consórcio de Engenharia LTDA, de acordo com os autos do processo.

“A prisão preventiva de João Lopes de Sousa Neto também se mostra essencial para o sucesso das investigações e melhor apuração dos fatos narrados na cautelar, notadamente pelo seu papel de destaque e relevância no esquema da organização delitiva, consubstanciando a concreta possibilidade de que, solto, influencie, convença e, até mesmo, imponha seu poderio sobre os demais integrantes, sobretudo os que desempenhavam funções de menor relevância”, aponta o desembargador.