Rita Lee, a rainha do rock brasileiro, morreu aos 75 anos após luta contra um câncer - Foto: @ritalee_oficial / Instagram / Reprodução

“Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa”. Rita Lee decidiu finalizar com esta frase o capítulo “profecia” em seu primeiro livro autobiográfico, publicado em novembro de 2016. Em nove linhas, ela brinca e imagina sobre como seria a repercussão e a reação das pessoas diante de sua morte.

Rita imaginou que os fãs “empunharão capas dos seus discos e entoarão “Ovelha Negra”. Esse movimento já começou, mas não como ela esperava. Diversas pessoas publicaram nas redes sociais trechos da música desde que a sua morte foi anunciada.

“Foi quando meu pai me disse filha. Você é a ovelha negra da família. Agora é hora de você assumir”.

E quanto às redes, a roqueira escreveu que algumas pessoas publicariam “ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk”. Mas a verdade é que muitas pessoas lamentaram sua morte, tanto que seu nome entrou nos trends (palavras mais publicadas) do Twitter.

Uma das maiores cantoras e compositoras da história da música brasileira morreu na segunda-feira (8), aos 75 anos. Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e vinha fazendo tratamentos contra a doença.

Leia também: Morre Rita Lee, a rainha do rock brasileiro, aos 75 anos

A obra de 296 páginas – que levou Rita Lee a concorrer ao Prêmio Jabuti de 2017 – conta sobre como ela enxergou a vida desde que começou a cantar e quais sentimentos ficaram desde aquela época. O livro passa pela infância, os primeiros passos na vida artística, prisão, o relacionamento com Roberto de Carvalho, até a idade mais avançada – imaginando, ao fim, como seriam os minutos após sua morte.

“Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída”, imaginou Rita Lee em sua profecia.

Ao longo das nove linhas que escreveu sobre sua morte, ela aproveitou para advertir os políticos. “Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los”.

O velório da cantora será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, na quarta-feira (10), das 10h às 17h.

Por fim, no livro, Rita imaginou como estaria agora, após morrer: “Eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: ‘Thank You Lord. Finally Sedated'”.